quinta-feira, 21 de julho de 2016

Amar os filhos é suficiente?


"Eu amo o meu filho" é uma frase que ouvimos (e felizmente) da quase totalidade dos pais. Muitas vezes acrescentamos ainda que temos um amor incondicional por eles. Que independentemente do que eles façam, vamos amá-los sempre...

Esta é a reflexão que hoje vos (e me) proponho:

- Quando bato no meu filho, é amor que ele sente?
- Quando não escuto a sua opinião ou versão da história, é amor que ele sente?
- Quando o trato com autoritarismo só porque sou pai/mãe, é amor que ele sente?
- Quando ele quer a minha atenção e eu estou distraída com o telemóvel, é amor que ele sente?
- Quando lhe prometo presentes se ele se comportar de determinada maneira ou cumprir determinado objectivo, é amor incondicional o que ele sente?
- Quando o comparo com outros que têm melhores notas ou melhor comportamento, é amor incondicional que ele sente?

Para irmos ainda mais fundo na questão, podemos reflectir em nós próprios:

- Quando me agridem física ou verbalmente, é amor que eu sinto?
- Quando o meu chefe me "ordena" coisas e não houve a minha opinião, é respeito/amor que sinto?
- Quando o meu marido só me elogia quando estou bem vestida e produzida, é amor incondicional o que sinto?
- Quando o meu amigo só fala comigo quando precisa, é amor o que eu sinto?

É certo que todos nós, enquanto pais, temos no dia a dia comportamentos que os nossos filhos podem interpretar e sentir como amor incondicional, amor condicional e até de não amor.

A consciência de que o amor que tenho é traduzido na comunicação que utilizo e no comportamento que tenho com o meu filho é fundamental para entender que não basta sentir. O amor não basta para educar os nossos filhos. Tem que ser um amor competente. 

Se eu quiser que o meu filho desenvolva uma auto-estima e segurança consistentes, então a minha intenção tem que ser tratá-lo com igual valor (e isso, mais uma vez não significa, não lhe dar limites!) e amá-lo por aquilo que ele é e não pelo que faz. Essa é a base do amor incondicional. 

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