segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Quem é o teu mestre?


"I am the master of my fate, 
 I am the captain of my soul." 
(Nelson Mandela)

Todos nós temos referências, nas mais diversas áreas. Pessoas que admiramos: pela sua coragem, determinação, conhecimento, sabedoria, atitude, acção... Crescemos assim, a olhar os adultos que conhecemos, a reconhecermos o seu comportamento, a identificarmo-nos (ou não) com eles, a "imitarmos" mesmo que inconscientemente o seu comportamento. As crianças fazem-no naturalmente, admirando o pai e a mãe quando são mais pequenos, querendo ser como o(a) seu(sua) professor(a), escolhendo mais tarde outros ídolos como os cantores ou actores do momento ou até uma colega da escola. A admiração e reconhecimento é uma coisa. A idolatração é outra. E enquanto pais temos normalmente a clareza de identificar o exagero e de alguma maneira orientar os nossos filhos para esse limite.

Mas hoje não vos quero falar de crianças. Quero-vos falar de adultos.

Vivemos num mundo acelerado. Com grande parte das pessoas desmotivadas, esgotadas, frustradas. À procura de uma felicidade que não se encontra nos bens materiais, à procura de um bem estar sem preocupações, à procura de tempo, à procura de amor. Procuramos soluções. Rápidas se possível. Terapêuticas. Nem sempre curativas.

Estamos na era do conhecimento. Do acesso rápido ao mesmo. Tenho a sensação de que nunca se investigou tanto, mas também nunca se falou tanto "pela rama". E por vezes é difícil distinguir o trigo do joio. E quando digo isto, falo de tudo. Falo de política. Falo de orientação espiritual. Falo de ciência. Falo de terapia. Falo de nutrição. Falo de coaching. Falo de parentalidade.

Tenho a benção de conhecer pessoas extraordinárias nestas e noutras áreas. Pessoas que admiro pela sua dedicação, coerência, trabalho desenvolvido. Pessoas que considero meus "professores". Pessoas que investigaram e trabalharam em áreas que não tive oportunidade de aprofundar ainda e que por isso me interesso, pesquiso, escuto. Pessoas que admiro pelo que dizem mas ainda mais pelo que fazem. Pessoas que admiro pela sua autenticidade. Pessoas simples. Pessoas que não são "mestres" nem o querem ser.

E esta é a pergunta que te deixo para reflexão: Quem é o teu mestre?

Procuramos tanto uma solução rápida, uma orientação para a nossa confusão mental e emocional, que quase esquecemos que nós somos os nossos principais mestres. A resposta está sempre dentro de nós e não fora. 

Também na área da parentalidade. Escuta, lê, procura, inspira-te, abre os teus horizontes, questiona-te  e desafia as tuas crenças. Certamente te identificarás mais com algumas coisas do que outras, mas faz o teu filtro e acolhe o que te serve. Escuta e olha o teu filho. Escuta e olha-te a ti mesma(o). A tua intenção, a tua intuição, a tua sabedoria. Tu és o verdadeiro mestre.