segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Time out - funciona mesmo?


Quando no teu trabalho te enganas a fazer alguma coisa, como te sentirias se a tua chefia te dissesse: vai para o teu gabinete, senta-te na tua secretária durante 20 minutos e pensa no erro que fizeste e nas consequências que isso teve. Como é que isso te faria sentir? Ajudar-te-ia a ultrapassar a situação procurando alternativas ou intensificaria o teu sentimento de vergonha, medo, incapacidade, tristeza ou zanga?

Quando dizemos a uma criança pequena, agora vai para o teu quarto (ou para aquele canto) e pensa no mal que fizeste, será que ela tem de facto a capacidade de ponderar de modo objectivo no que fez, em como o podia ter evitado, como poderá ultrapassar a situação?

O time out, tantas vezes utilizado por pais e professores, é certamente uma medida mais positiva do que a agressão física, mas será que é uma ferramenta eficaz quando queremos uma melhor colaboração da criança? Ou para ajudar a acalmá-las em situações de confronto ou stress?

- Estudos indicam que a criança pequena não tem a articulação mental necessária para este processo de reflexão que lhe queremos exigir
- O time out não ajuda a criança a regular as suas emoções. Na maior parte dos casos acalma-os porque as reprime
- A criança em time out dificilmente reconhece o seu erro ou comportamento. Na maior parte das vezes vai-se sentir incompreendida e fica na defensiva
- O time out pode ajudar a que a criança se sinta uma má pessoa que merece ser castigada
- No time out a criança sente-se mais sozinha e por isso também menos apta a colaborar connosco
- O time out não ajuda à resolução do problema em si e ao encontro de alternativas e soluções

A intenção do time out é muitas vezes positiva: um tempo e "terreno" neutro, fora da situação provocadora, que permita à criança acalmar-se. Mas será que é isso mesmo que acontece?

Da próxima vez que tiver uma situação desafiante com o seu filho e pensar em utilizar o time out, desafio-o a experimentar o "time in". Afaste-o da situação para um local mais neutro e calmo. Experimente dar um abraço. Ouça-o. Ajude-o a acalmar-se. Ajude-o a entender que pode expressar as suas emoções de um outro modo. E a encontrar alternativas e soluções.

Sei que é desafiante. Sei que parece que estamos a aceitar que ultrapassem os limites e a concordar com o comportamento inadequado. Não estamos. E eles entendem. E vai sentir o resultado. Experimente :)

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