“Entre o estímulo e a resposta, existe um
espaço.
Nesse espaço reside o nosso poder para
escolher a nossa resposta.
Na nossa resposta reside o nosso
crescimento e a nossa liberdade”
Foi
com esta frase que Steven Covey resumiu o trabalho de Viktor Frankl. Viktor
Frankl foi um médico psiquiatra austríaco, sobrevivente do holocausto e que
escreveu um dos meus livros preferidos: “O homem em busca de um sentido.” Neste
livro Frankl relata a sua experiência no campo de concentração, nomeadamente a
observação sobre o modo como dentro do mesmo contexto (neste caso terrífico) os
seres humanos têm a capacidade de reagir de modo tão diferente, movidos pelo
sentido que dão à sua vida, às suas experiências, à sua dor.
Quando
vivemos em piloto automático, sempre ocupados, sempre ligados, perdemos muitas
vezes a conexão com o que estamos a fazer e a viver. Perdemos o sentido da
nossa ação, da nossa vivência. Quantas vezes sentimos que estamos a “empurrar a
vida com a barriga” e que precisávamos de uma paragem e distanciamento (como
nas imagens dos filmes em que tudo para e só nós andamos) para conseguirmos
pensar, organizar, observar?
Mas a
vida não para e obriga-nos a encontrar ferramentas para estarmos mais presentes,
mais conscientes e que nos ajudem a não perder o sentido do que fazemos.
Na
minha vida, a ferramenta mais simples e mais eficaz que tenho encontrado é a
que chamo de “pausa sagrada”. E não…
não são 3 dias enfiada num retiro ou num spa paradisíaco no meio da natureza (e
sim, bem que podia ser!!!). A pausa sagrada podem ser 3 minutos, mas também 3
segundos. É o momento em que paro e conscientemente respiro. Antes de entrar em
casa. Antes de uma reunião. Enquanto estou no elevador. Antes de ter “aquela”
conversa ou escrever “aquele e-mail”. Antes de dar aquela resposta naquela
discussão. Antes de ralhar com a minha filha. Logo que acordo. Antes de dormir.
Respiro – Foco-me na respiração. Respiro
- Sinto e relaxo o meu corpo. Respiro - Penso “o que é mais importante neste
momento?” Tão simples assim.
Nem
sempre é automático, mas treina-se. Nem sempre me lembro de o fazer, mas sei
que quando o faço estou mais presente. E sou mais coerente com a minha intuição
e intenção. Com o sentido que quero dar à minha vida.
Entre
o estímulo e a resposta há sempre um espaço. Pode ser de um segundo, mas ele
existe. Esse espaço permite-me uma “pausa sagrada”. E com essa pausa, a minha
resposta revela mais aquilo que sou e o que quero. E o impacto que tenho vai mais de encontro à minha intenção.
Artigo publicado originariamente em www.mães.pt