Como mães e pais, a grande
maioria de nós sente-se totalmente esgotado… no nosso âmago. Sentimo-lo nos
ossos!
Como pais presentes e
conscientes, estamos determinados a demonstrar aos nossos filhos o quanto
importam, a responder às suas necessidades físicas e emocionais, a sentirem-se
amados por aquilo que são. Temos noção como queremos exercer a nossa parentalidade:
com presença, curiosidade, empatia, compreensão, respeito, colaboração e afeto.
Ainda assim, damos connosco numa luta desenfreada entre as nossas intenções e
as nossas ações desesperadas com castigos, ameaças e gritos. E completamente exaustos!
Na maioria dos casos não
estamos exaustos por sermos indisciplinados ou desorganizados. Estamos
esgotados porque cuidamos pouco de nós e apesar da parentalidade ser tão
bonita, plena e gratificante, também é exigente física e emocionalmente.
Acredito profundamente que a
base da parentalidade é a qualidade da conexão que criamos com os nossos
filhos! E isso é fácil de entender! O que tantas vezes fica esquecido é a
qualidade da conexão que temos connosco. Não é possível cuidarmos bem dos
nossos filhos sem cuidarmos de nós também! É como querermos entrar numa corrida
com um pé torcido.
O exemplo que damos aos nossos
filhos – o de cuidarmos de nós, o de merecermos esse cuidado – é também um
testemunho fundamental ao seu desenvolvimento e à sua própria autoestima.
Como cuidarmos então de nós
sem envolver um sobrecarregar das nossas agendas, sem envolver mais tempo ou
dinheiro? Com auto-compaixão!
A auto-compaixão tem sido erroneamente
associada a uma exagerada autocomplacência o que eventualmente poderia levar à
falta de ação. Na realidade, estudos científicos demonstram que temos mais
motivação e energia quando cultivamos a auto-compaixão, porque quando nos
sentimos mal fazemos pior e quando nos sentimos melhor (ou encaramos de forma
mais positiva os desafios e erros) temos mais energia para melhorar. Quando nos
julgamos, entramos facilmente no mesmo ciclo de
erro-julgamento-frustração-exaustão e perdemos a energia necessária para agir
de modo diferente.
Como nos podemos tornar mais
auto-compassivos? Aqui ficam algumas dicas:
- Abraça-te (Não estou a
brincar. Abraça-te mesmo!)
- Faz pequenas pausas para
respirar de forma mais consciente (inspira “pela barriga” e expira lentamente)
- Observa sem julgamento e sem
autocrítica (ou interrompe-a assim que a detetares!)
- Fala para ti como falarias
para um melhor amigo/amiga se estivesse na mesma situação
Como pais, é tão fundamental
estarmos atentos às necessidades dos nossos filhos como às nossas próprias
necessidades. E isso não é egoísmo. É autocuidado.
Artigo publicado originalmente em http://www.mães.pt
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