sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Quem és tu mamã?


Na parentalidade não há perfeição. Acredito que as mães imperfeitas, mas que sabem reconhecer a imperfeição como parte do processo e da vida, conseguem melhores resultados do que mães absolutamente obcecadas na perfeição e no suposto ideal.

Viver cada momento tal qual é, aceitá-lo, reconhecê-lo e seguir em frente, é meio caminho para conseguirmos fazer melhor numa próxima oportunidade.

A sociedade exige muito de nós, mulheres - esposas, mães, amigas, profissionais, filhas. Ou será que NÓS é que temos padrões elevados que achamos que temos que cumprir e exigimos demais de nós próprias? Lemos sobre parentalidade, ouvimos, pesquisamos. Sabemos o caminho que queremos tomar (sabemos?) mas nem sempre o conseguimos.

Nas famílias que vou acompanhando, encontro muitas mães com sentimento de culpa. Porque ocupam muito tempo no trabalho, porque não conseguem cozinhar as refeições saudáveis que desejavam, porque deixam o filho passar mais tempo a ver televisão do que acham correcto, porque viajam demais, porque gritam muito, porque não sentem paciência, porque não têm dinheiro para comprar os sapatos de marca que ele quer, porque andam stressadas, porque têm sempre muito que fazer, porque fazem tudo a correr, porque não lhes conseguem dar o tempo e a atenção que desejavam, porque, porque, porque...

Vemos ao espelho uma mãe que muitas vezes não é a que existe de facto e a que os nossos filhos sentem! Por essa razão, proponho muitas vezes a estas mães: já perguntaste ao teu filho?

- Pergunta como te descreveria.
- Pergunta o que ele gosta mais de fazer contigo.
- Pergunta momentos que tenham tido e que ele gostou mais.
- Pergunta o que mais gosta em ti.
- Pergunta o que gostaria que fosse diferente.

A sinceridade natural das crianças vai fazer com que te conheças melhor. Que saibas o que é mais importante para a vossa relação. Algumas vezes descobres que o que ele mais gosta é quando o sentas ao colo e lhe dás aquele abraço, que um dos momentos mais divertidos foi aquele em que passaste uma manhã só com ele e foram comer um gelado e que o que menos gosta é quando te esqueces de lhe ir dar um beijo quando ele já está na cama. 

E sim. Às vezes o essencial é mesmo assim tão simples. 

(Ah... e claro: Quem és tu papá? Aplica-se o mesmo!)

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