“When we adults think of children, there is a simple
truth which we ignore: childhood is not preparation for life, childhood is
life. A child isn’t getting ready to live – a child is living. The child is
constantly confronted with the nagging question, ‘What are you going to be?’
Courageous would be the youngster who, looking the adult squarely in the face,
would say, ‘I’m not going to be anything; I already am.’ ”– Professor T. Ripaldi
Esta frase do Professor Ripaldi
marcou e continua a marcar-me enquanto pessoa, enquanto mãe, enquanto
educadora. Devia estar escrita em letras garrafais nas paredes de todas as
casas, nas salas de todas as escolas, nos manuais de todos os professores e nas
secretárias de todos os ministros!
O mundo corre a um ritmo cada vez mais acelerado onde planeamos e antecipamos cada etapa, muitas vezes cheios de medos e expectativas. Transferimos esta ansiedade de futuro para o que queremos fazer, o que queremos atingir e alargamos a quem connosco vive, nomeadamente às nossas crianças!
O mundo corre a um ritmo cada vez mais acelerado onde planeamos e antecipamos cada etapa, muitas vezes cheios de medos e expectativas. Transferimos esta ansiedade de futuro para o que queremos fazer, o que queremos atingir e alargamos a quem connosco vive, nomeadamente às nossas crianças!
Quantas vezes ouço os medos
dos pais em relação ao futuro incerto quando se toma uma decisão! “Eu adoro
esta escola, mas eles brincam tanto que tenho medo da adaptação que ele vai ter
daqui a X anos. Será que fica preparado?” ou “Eu quero dar-lhe a hipótese de
experimentar todas estas atividades (mesmo que sobre algum tempo livre porque
se ele quiser ser bailarino/ músico/ nadador/ falar muito bem inglês) convém
começar já.”
Quantas vezes justificamos as nossas ações perante as crianças (e com toda a boa intenção, não duvido) como "essenciais" para as preparar para o futuro. Quantas vezes as queremos encher de conhecimento, as inscrevemos em atividades, lhes exigimos resultados... a pensar no futuro!
Quantas vezes lhes perguntamos "O que queres ser quando fores grande?", esquecendo o que são hoje? Quantas vezes se deixa de viver o que é importante na etapa presente, só por medo do que vai acontecer na próxima etapa?
Entendo que de certo modo é legítimo, tendo em conta que tudo o que é transmitido (na verdade, mais "vivido" que "transmitido") na infância, moldará a criança enquanto adulto. A diferença está na medida em que esqueço o presente e me foco apenas no futuro. Na medida em que encaro a infância como uma fase de preparação para a vida, esquecendo que ela É vida. Na medida em que esqueço que a criança é um participante ativo desde que nasce e não um mero aprendiz!
Como diz o Professor Ripaldi, as crianças fazem parte ativa desta viagem, são tanto aprendizes como mestres, tal como eu e tu.
(artigo originalmente publicado na plataforma mães.pt)